quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O coração e a seleção.

Sabe homem filho da puta? Aquele que te sacaneia,sacaneia,sacaneia, pinta borda e acaba com você? E você continua com ele, dá uma chance, uma colher de chá, perdoa aqui, releva ali, abstrai, esquece, chora quietinha, faz das tripas coração pra não enlouquecer até que um dia ou ele te manda embora ou você manda ele e vem a promessa: Por ele você não vai sofrer mais. Por qualquer outro pode ser, mas não por ele. E você flerta com outros, paquera aqui, paquera ali, até se encanta e tal, mas ele continua lá no fundo, latejando no seu coração, fazendo você se perguntar se ainda seria possível mais uma investida e responder instantâneamente que qualquer outra avalanche de sofrimento daquelas que ele te fazia passar seria demais, você não suportaria e aí você decide continuar na sua.
Mas aí ele volta. Na dele, humilde, sem muito estardalhaço e vai mostrando que mudou, que pode te fazer feliz, que merece um pouquinho assim da sua confiança. E você, o que faz?
Essa é a minha questão. Eu sempre torci que nem uma louca pelas jogadoras de volei feminino e elas sempre me decepcionaram. Na Olimpiada de Atenas foi a gota d'água. Chegar a semi final, ganhar de dois sets, deixar a Russia virar e no set point ficar 14 pontos na frente e ainda assim deixar as loiraças virarem foi demais pra mim. Eu, que estava sentada no sofá da sala da minha casa, que não tinha nem acendido a luz e já tinha anoitecido, continuei ali chorando descompensadamente por mais de uma hora. Chorando sozinha por um time que em cima da hora, com TODAS as condições para ganhar, fez aquela merda.
A partir dali eu não torci mais por elas, nem na disputa do bronze, que foi contra Cuba, e aliás, eu odeio jogos contra Cuba, porque sempre tendo a torcer pelas cubanas, e elas ganharam e eu gostei. No PAN do ano passado eu também torci por elas. Assisti a final do volei feminino na sala de convivência do meu antigo estágio. Todo mundo torcendo por elas e eu por Cuba. Mari, Fofão, nenhuma delas me comovia. Eu torcia por Cuba e Cuba ganhou e eu fiquei feliz.
Mas agora elas chegaram a final. Ganharam de China hoje. Foram fortes, raçudas, não amarelaram. E a final é contra os EUA, EUA, gente, não é Cuba. Eu não torço pelos EUA a menos que seja o Michael Phelps na psicina. Eu estou quase inclinada a torcer por elas com entusiasmo de novo, mas morro de medo de me iludir de novo.
Não quero mais sentar no sofá pra chorar, nunca mais.
Nem por homens, nem por nenhum time de volei. É, isso mesmo.
Mas esse sentimento ilhado, morto e amordaçado, volta a incomodar...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Então...
Eu sou assim ó:
Eu me apaixono muito rápido. Na semana passada me apaixonei por uma caixa. Fiquei meia hora parada na frente da caixa. Imaginei a caixa em todos os lugares possíveis do meu quarto, que de tantos objetos pelos quais um dia eu me apaixonei, já não tem lugar para mais nada. Eu teria trazido a caixa e me casado com ela se para isso eu não tivesse que pagar 82 singelos reais. Sim, a caixa custava isso. Nela tinha essa pintura do Hopper que você pode ver no layout do blog. Saiu o Liechtenstein, entrou o Hopper e agora eu estou apaixonada por um arquinho de florzinha que eu adiquiri hoje.
Sim, além de apaixonada eu sou consumista e na verdade eu acho que as duas coisas caminham juntas. E aí eu me torno o que? Endividada. Sim, porque eu posso ser apaixonada e consumista, mas não sou rica e como professora é muito provável que eu nunca seja, mas e daí? Prefiro ser uma endividada feliz do que uma trilhardária vazia.
A minha faculdade é uma paixão constante. Só de pensar nela e de chegar perto dela o meu coração transborda de emoção e eu acho que vai ser sempre assim.
E hoje eu chorei durante a fala de despedida do coordenador do cursinho que eu trabalho. Vejam bem, eu sou chorona, apaixonada, consumista,não sou rica e mais o que?
Ah,sim! Eu como muito! Hoje eu queria ir ao Outback, mas por conta das dívidas acabei indo ao Habib's. Lá é mais barato, mas engorda do mesmo jeito. Portanto,além de não ser rica, de ser apaixonada,chorona,gulosa e endividada eu sou gordinha,sim, eu sou gordinha, visto 44 e não fico bonita de biquini e eu queria ficar magra pra minha formatura,mas como eu já disse antes por aqui, não consigo deixar de me entregar aos prazeres deliciosos da gastronomia carioca.
Sim,além de apaixonada,gulosa,gordinha,chorona e endividada eu sou carioca e quando encontro um turista sugo ele até o caroço porque sinto posso conhecer tudo sobre ele e sobre outros mundos em uma conversa. Quando eu fui a Argentina conversei horas com um australiano sobre as preferências políticas e cinematográficas dele, segunda feira conheci um casal de franceses e perguntei sobre a Carla Bruni, sobre o Etiene Daho e sobre a Cote D'azur, tem noção?? Devem ter me achado muito invaziva.
Sim,além de apaixonada,gordinha,gulosa,individada e chorona eu sou invaziva. E sou despudorada. E falo muito. E demoro um tempinho para começar a investigar antropológicamente todas as pessoas e sim, eu faço isso com todas. Já fiz com você também.
Então...
Eu sou também nostálgica e não esqueço as minhas paixões. Aliás, eu não esqueço nada.
Mas vamos lá,eu sou gordinha,nostálgica,despudorada,consumista,endividada,não sou rica,sou gulosa,tagarela e preguiçosa,sim,muito preguiçosa,mas honesta e esperta. Sei esconder a minha mediocridade e aí pareço genial,mas não é sempre.
Falta alguma coisa? Sim,falta. Eu sou egocêntrica e narcisista e bom...
Já pensaram que a palavra tesão é igual a tensão sem um n? Tenho pensado muito nisso e, baseada em experiências pessoais, tenho percebido que um combina com o outro, mas enfim...
agora não dá mais tempo. No próximo post mudamos de assunto.