terça-feira, 24 de junho de 2008

O sentido da chuva na segunda feira.

Ontem eu dei aula a noite.
Estava chovendo muito.
Eu estava na Presidente Vargas e um carro que passou correndo me molhou toda.
Molhou a minha saia nova.
A presidente Vargas já é suja normalmente
O Rio de Janeiro é sempre sujo
quando chove então a lama é completa.
Sim, lá estava eu indo dar aula.
Aonde eu dou aula não é bonito, não,não é.
E também não é perto da minha casa e lá eu não ganho bem,
mas eu arrisco dizer que é o segundo melhor momento da minha semana (os primeiros são sempre os momentos de amor).
Tudo lá é delicioso, os alunos, a equipe, a cumplicidade, a sensação de ultilidade,a matéria, as piadinhas e as fofocas.
Quando eu acabei de dar o último tempo fiquei esperando o ônibus, que demorou uns 20 minutos pra passar e quando chegou não parou pra mim.
Eu fiquei gritando vendo ele ir embora. E eu tinha que ir rápido pra casa porque eu estava com dor de cabeça e precisava entregar um trabalho enorme hoje.
Meia hora depois veio outro ônibus. Esse parou. E foi andando a dez quilometros por hora. E só tinha eu no ônibus. E o motorista a passos de formiguinha porque ele não pode chegar no ponto antes de uma hora x que é estabelecida pela empresa.
Eu cheguei a anotar o telefone do serviço de atendimento ao cliente pra ligar e dar berros com algum funcionário, mas rapidamente eu me lembrei que não ia adiantar nada e decidi permanecer inerte.
Cheguei na plataforma do metrô, que as onze da noite está sempre vazia, o que faz com que a música clássica estimulante de suicídios que é a trilha sonora escolhida para esse tipo de ambiente fique mais alta e mais insuportável.
O trem para a zona sul sempre chega primeiro. E o meu trabalho, para uma matéria que eu já fiz, mas que o sistema, que é sempre o grande culpado de tudo, não aceitou...
Bem, o meu trabalho ia esperar ainda mais.
E aí eu comecei a pensar que era para ser simples.
Dar aula
entender o funcionamento disso tudo
ser feliz
mas tudo simplesmente não funciona
e por mais que você deteste os pessimistas
e que acredite que a felicidade é tão alcançavel quanto um algodão doce
você acaba se questionando sobre as suas escolhas
Começa a se lembrar da escola, do vestibular, dos concursos públicos...e sente vontade de chorar. E aí você chega em casa
janta
fala no telefone
dorme
e no dia seguinte escreve.
E você entende que tem que fazer algum sentido
e pronto, fica tudo bem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Hey!

Achei teu perfil em alguma comunidade do orkut referente a anticoncepcional. Por lá, encontrei o teu blog e resolvi aparecer por aqui... Eu tbm tenho um blog, e lá eu costumo postar assuntos do universo feminino :D

Vou te add nos favoritos ok?

Bjs!

Diego Paiva disse...

Mas quando não faz, é um problema sério